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Encostados à parede. O rosto de três comerciantes do Benformoso
Mohammad, Siddik e Mohammad Rahim Uddin estiveram encostados à parede durante quase duas horas no decorrer da operação da PSP na rua do Benformoso, em Lisboa.
No dia 19 de Dezembro de 2024, a rua do Benformoso foi palco de uma "operação especial de prevenção criminal", levada a cabo pela PSP.
Mohammad é lojista nessa rua do Martim Moniz e estava a voltar da mesquita Jam-e-Masjid, a poucos metros da sua loja. Era para lá que se dirigia quando foi interpelado por um agente. "Antes, quando via a polícia, sentia-me seguro", conta ao PÚBLICO. Agora, confessa que o seu coração "acelera".
Siddik e Mohammad Rahim Uddin estavam no interior das lojas onde trabalham quando a polícia lhes ordenou que saíssem à rua e se encostassem à parede. Estiveram entre uma hora e meia a duas horas na mesma posição. Siddik respeita a polícia e assume a responsabilidade de colaborar, mas lamenta que a família e amigos o tenham visto "na posição de um criminoso". "Foi uma humilhação."
Das dezenas de pessoas revistadas, resultaram duas detenções: uma por posse de arma branca e uma droga, outra por mandado, por suspeita de pelo menos oito roubos. Os dois detidos são portugueses.
Dois dias depois da operação policial, decorreu uma acção de solidariedade com a população da rua do Benformoso na qual foram distribuídos cravos vermelhos. No dia 11 de Janeiro, Lisboa recebe a manifestação "Não nos encostem à parede", contra "o racismo e xenofobia" e pela "liberdade e dignidade". Parte às 15H da Alameda e ruma ao Martim Moniz.
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