Climáximo protesta na sede da Galp pelo fim dos combustíveis fósseis até 2030

O movimento acusa a empresa de ser cúmplice na ultrapassagem do limite médio da temperatura global em 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e exige o fim dos combustíveis fósseis até 2030.

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Cartazes na sede da Galp com imagens das cheias de Valência que vitimaram 230 pessoas no final de 2024 DR
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Apoiantes do movimento Climáximo afixaram cartazes esta quinta-feira na fachada da sede da Galp, em Lisboa, em protesto contra o contributo da actividade da empresa para as emissões de gases com efeito de estufa. Nos cartazes, onde se via uma imagem da destruição em Valência causada pelas cheias em Outubro, lia-se a mensagem: "Chegamos ao limite. Não queremos este cenário todos os anos. Parar o fóssil, já!"

Numa nota enviada à imprensa, os activistas acusam os governos e as empresas de "continuarem a expandir os combustíveis fósseis" em prol do lucro. A Galp registou até Setembro de 2024 um aumento de 24% dos lucros, o que corresponde a 890 milhões de euros, em comparação ao período homólogo. Os activistas acusam ainda a empresa de contribuir para a "ultrapassagem do limite médio de temperatura global e de todas as mortes e destruição que isso implica", refere o comunicado.

O porta-voz da acção, João Neto, citado no comunicado, recorda que 2024 foi "o primeiro ano da história da Humanidade em que o aquecimento global ultrapassou o limite crítico de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais".

"Com apenas 1,5°C de aquecimento global, assistimos a várias catástrofes, como as devastadoras cheias em Valência, onde pelo menos 230 pessoas foram mortas e mais de 36.600 desalojadas", nota o porta-voz da acção. Os activistas salientam também os incêndios que deflagraram na Califórnia esta semana, que já obrigaram mais de 30 mil pessoas a sair das suas casas. "Chegámos ao limite e estamos à beira do colapso climático. Esta é a última chamada para agirmos", apela João Neto.

O gabinete de comunicação da Galp confirma que os manifestantes não permaneceram muito tempo no local e que não foi necessária a intervenção policial.

Fim dos combustíveis fósseis até 2030

Os activistas salientam que "ainda é possível puxarmos o travão e mudarmos o rumo" das alterações climáticas através do fim da queima dos combustíveis fósseis até 2030.

"Os cientistas alertam que temos apenas cinco anos para alcançar uma redução drástica das emissões de gases de efeito estufa. É urgente pôr fim à nossa dependência económica da exploração de combustíveis fósseis", escrevem.

Para os activistas, governos e empresas "escolhem" continuar a expandir os combustíveis fósseis, quando "existem alternativas". Os apoiantes do Climáximo chamam "todas as pessoas para parar de aceitar este sistema, e começarem a defender a vida e o clima".