Consulado vai ajudar brasileiro agredido que tem 20 dias para abandonar Portugal

O músico Ivo Silva de Souza deve comparecer ao Consulado do Brasil em Lisboa. Ele foi procurado pelo chefe da missão, o embaixador Alessandro Candeas. Objetivo é oferecer suporte jurídico ao rapaz.

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O brasileiro Ivo Silva de Souza vai receber apoio jurídico e psicológico do Consulado do Brasil em Lisboa Arquivo pessoal
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O brasileiro Ivo Silva de Souza, 36 anos, que recebeu uma "notificação para abandono voluntário" de Portugal dentro de 20 dias, após se envolver em uma briga no domingo (05/01), deverá ser recebido, nesta quarta-feira (08/01), no Consulado do Brasil em Lisboa. Ele foi procurado pelo chefe da missão consular, o embaixador Alessandro Candeas, que se encarregou de dar suporte jurídico e psicológico ao rapaz, que está ferido, e ao amigo dele, Ricardo Pasini, 35, que levou vários pontos na boca e teve o nariz quebrado.

"Enviei mensagens aos dois e pedi para escreverem um relato para o nosso consulado e solicitarem orientação jurídica e apoio judiciário para ingressarem com uma ação de Notificação para a Defesa de Direito, Liberdade e Garantias, a fim de obterem atendimento da AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo) e evitarem a abertura de processo de expulsão administrativa (afastamento coercitivo), que é instaurado após o decurso do prazo para abandono voluntário", disse Candeias, em mensagem ao PÚBLICO Brasil.

Ivo, que é músico e produtor cultural, está em Portugal há 10 meses e ainda não conseguiu atendimento junto à AIMA para se regularizar em Portugal. Ricardo, que embarcou para o Brasil na terça-feira (07/01), já passou pelo crivo da agência para migrações, mas não recebeu o cartão de residência. Ele é programador e mora em Aveiro.

Pelos relatos dos brasileiros, eles estavam no bar Aché Cohiba, no Bairro Alto, em Lisboa, comemorando o aniversário de Ivo, quando quatro homens, sem dizerem nada, partiram para cima deles, com socos e pontapés. Bastante machucados, Ivo e Ricardo foram atendidos na rua por uma ambulância dos bombeiros. Mas, conforme o músico, em nenhum momento, foi oferecida ajuda para levá-los até um hospital. Na verdade, eles foram encaminhados para 3ª Esquadra da Polícia de Segurança Pública (PSP), onde permaneceram por mais de quatro horas.

Nariz sangrando

Tanto Ivo quanto Ricardo acreditam que foram vítimas de violência apenas por serem brasileiros. "Nós fomos chutados, caímos de cabeça no chão, ficamos muito machucados, boca e nariz sangrando", contou o músico, que nasceu em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. Na delegacia, segundo Ivo, os policiais ficaram mais preocupados em verificar a situação documental dele do que com a integridade física dos dois, que recorreram a um hospital privado para tratar dos ferimentos.

Procurada pelo PÚBLICO Brasil para obter mais esclarecimentos sobre a confusão que resultou na violência contra os brasileiros, a 3ª Esquadra informou que não poderia se manifestar. O comando da Polícia de Segurança Pública (PSP), também procurado, ainda não se posicionou. Até o momento, ninguém do bar Aché Cohiba foi encontrado para comentar o caso.

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