PSD-Madeira: adversário interno de Albuquerque rejeita qualquer entendimento
Miguel Albuquerque não quer eleições internas no PSD-Madeira e propôs um entendimento com o seu adversário político. Manuel António Correia diz que tal não será possível.
O social-democrata madeirense Manuel António Correia rejeitou esta quarta-feira a possibilidade de se associar ao projecto do líder do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque, considerando que este está a contribuir para aprofundar a crise política na região.
"Para preservar a nossa coerência e convicções, tornamos claro que não será possível a associação a qualquer lista encabeçada pelo actual presidente, cuja postura não defende o superior interesse da Região Autónoma da Madeira e do PSD", sublinhou Manuel António Correia em comunicado.
Manuel António Correia, antigo secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais nos governos liderados por Alberto João Jardim, que já disputou a liderança do PSD-Madeira três vezes com Miguel Albuquerque (em 2014 umas eleições com duas voltas e em Março de 2024), saindo sempre derrotado, entregou, em 23 de Dezembro, mais de 500 assinaturas reivindicando a convocação de um congresso extraordinário do partido.
Miguel Albuquerque tem rejeitado esta possibilidade, defendendo que "este não é o momento certo" e que seria "um erro político", já que significaria "o PSD suicidar-se numa disputa interna fratricida".
Albuquerque não quer eleições internas
Já esta quarta-feira, o líder social-democrata madeirense reafirmou que "isso não pode acontecer (...), nem tem nenhum sentido, porque, neste momento, a (...) ideia é o partido estar unido, não haver guerras fratricidas, integrar todos aqueles que queiram vir".
"Eu estou disponível para integrar quer o Manuel António, quer outros militantes, nesta conjugação de esforços que temos de ter neste momento, para o PSD continuar a liderar a Região Autónoma da Madeira", admitiu, acrescentando: "Vou fazer todo o possível e estou totalmente disponível para o Manuel António, que é um militante relevante do partido, integrar esta luta".
Manuel António Correia reagiu em comunicado, sustentando que "o PSD-Madeira deve oferecer aos madeirenses e porto-santenses uma solução política que os sirva e que possa impedir o agravamento da já longa crise política na Região".
"Pelo contrário, com a liderança e candidatura do Dr. Miguel Albuquerque, em vez de reconquistar a ansiada estabilidade, será aprofundada ainda mais a crise política na Região", sublinhou.
Manuel António Correia argumentou, ainda, que, desde há muito, se procura "evitar esta situação, nomeadamente com o pedido de um congresso extraordinário electivo do PSD-Madeira, relativamente ao qual ainda não foi recebida qualquer posição dos órgãos do partido", reiterando "a necessidade (...) de que tal aconteça o mais brevemente possível".
O social-democrata salientou que, "infelizmente, o presidente do partido [Miguel Albuquerque] parece não partilhar o interesse em ouvir o partido, ignorando reiteradamente o pedido expresso de 540 militantes por um rumo diferente".
Realçou, por outro lado, que o caminho deste grupo de militantes "diverge profundamente daquele que a actual liderança decidiu trilhar", sustentando a importância de "uma visão diferente para a Madeira e para o PSD, alicerçada na estabilidade, no compromisso com os cidadãos e no fortalecimento democrático do partido". "Neste contexto, torna-se evidente que não é possível encontrar consensos com o projecto liderado pelo Dr. Miguel Albuquerque", reforçou.