Mathias Enard: “Uma parte do século XX continua a correr como um rio subterrâneo”

O escritor francês, vencedor do Goncourt em 2015, continua, em Desertar, a perseguir os rastos da guerra e a esboçar uma história da Europa e do século passado.

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Mathias Enard, desde muito jovem, interessa-se por matemática. Ao longo do romance, são múltiplas as referências a conceitos matemáticos, quase sempre com um peso de ironia Jean-Marc ZAORSKI/Gamma-Rapho via Getty Images
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A arquitectura da narrativa dos romances do francês Mathias Enard (n. 1972) parece desenhada a compasso, régua e transferidor. Se em Zona (D. Quixote, 2010) descreve com uma longuíssima frase de 500 páginas o monólogo de alguém que leva numa mala, durante uma única viagem de comboio em Itália, listas com nomes de carrascos (e das suas vítimas) da guerra na antiga Jugoslávia, no romance que se seguiu, Bússola – vencedor do Prémio Goncourt em 2015 – é o tempo cronometrado (entre as 23h e as 7h) o que suporta estruturalmente a narrativa das muitas histórias de um musicólogo insone.

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